quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Borralheiro, de Carpinejar


“Só é natural quem não ama. Somos despojados quando não temos interesse. Atuamos por comandos: sim, não, e deu. Nenhum desespero, nenhuma miséria no abraço, nenhuma insistência”, Carpinejar, em Borralheiro


Comprei o livro "Borralheiro", do Fabrício Carpinejar, no mesmo dia em que estive com ele pessoalmente, pela primeira vez. Ele veio a Belo Horizonte participar do projeto Sempre Um Papo. Já havia sido avisada por algumas amigas sobre sua figura teatral, mas não achei que fosse tanto. Chegou com as unhas pintadas, com seus tradicionais óculos estilo-abelha, e a cabeça raspada com a inscrição UAI, uma doce homenagem a nós, mineiros. Diferentemente do que costuma acontecer, a mediadora mal fez perguntas. Apenas soltou o microfone nas mãos de Carpi (para os íntimos) e deixou que ele falasse. A partir dali, foram cerca de duas horas de uma apresentação que era quase como um show de comédia stand up (mas engraçado). 

As falas do escritor adiantavam as crônicas que leríamos no livro que ele estava ali para autografar, o "Borralheiro". Quem segue o Carpi no Twitter, como eu, também conseguiu identificar na sua apresentação a sagacidade das verdades rasgadas que ele dispara em pílulas na internet (e que, inclusive, já rendeu outro livro).

O próprio "Borralheiro" é perfeito para ser consumido assim, em doses homeopáticas, como pílulas. Como um bom livro de crônicas curtas, qualquer intervalo numa fila de banco é hora para sacar o livro e consumir um dos textos. Principalmente se você for homem.

Minha meta agora é essa: presentear a todos os homens possíveis com um exemplar de "Borralheiro". Carpinejar, gaúcho, desconstrói a imagem do machão-machista ao relatar "sua viagem pela casa". Para ele é tão natural relatar que gosta de organizar as coisas de sua mulher, tão natural dizer que a ama incondicionalmente, tão natural revelar suas fraquezas ou assumir que não tem vergonha de perguntar a ela coisas que ele ainda não sabe, que nem parece que ele é um exemplar da mesma espécie que, sequer, consegue pedir informação no trânsito.

Mais de uma vez, o escritor afirma que começou a escrever como uma alternativa de sedução, já que sempre foi muito feio. Deu certo. As palavras de Carpinejar são apaixonantes e não nos deixa dúvidas de que estamos diante de um príncipe. O livro chama-se "Borralheiro", mas "Cinderelo" também seria apropriado. 

 Desafio: alguém consegue traduzir a dedicatória de Carpinejar no meu exemplar?

4 comentários:

Samara disse...

Me devo, há tempos, ler Carpinejar. Desde as primeiras vezes que você e a Láh começaram a falar empolgadas do tal gaucho.

Unknown disse...

Eu não consigo traduzir, assim como não conseguiria traduzir a minha se ele não tivesse lido pra mim! rs

Carpinejar nos envolve com muita facilidade, sobretudo escrevendo!

Frei Moisés disse...

Possivel Traducao: Fernanda andas toda excitada pelas historias de amor, Beijo carpi.

wman disse...

Meu que doideira Fefe!!! Ví a propaganda desse blog que vc fez no facebook e vim dar uma espiada e me deparo com esse livro que acabei de iniciar a leitura. Muita coincidencia. E vc teve o prazer de conversar com o cara, que demais. Eu ví uma entrevista dele no Jo Soares e fiquei querendo o livro... Ganhei de dia dos pais. To gostando bastante das cronicas dele. Vou tentar ser assíduo aqui. beijao Bizarra!!! Wally